Apresentado em junho desse ano, um fio têxtil que possui propriedades capazes de combater o coronavírus já possui empresa homologada para a fabricação e deve servir para diversos meios de transporte. Leia mais.
A Rhodia desenvolveu no Brasil um fio têxtil com propriedades antivirais e antibacterianas que pode ser aplicado no revestimento de bancos e de outras partes dos automóveis, ajudando no combate ao novo coronavírus.
O fio foi apresentado em junho e já existe uma empresa homologada pela Rhodia, a Chroma-Líquido Tecidos Tecnológicos, para a fabricação dos tecidos, que também poderão ser usados em outros meios de transporte, como ônibus, trens e aviões.
Batizado Amni Virus-Bac Off, o fio foi criado para evitar a proliferação de bactérias e a transmissão de vírus em artigos têxteis, incluindo os chamados vírus envelopados (revestidos por uma camada de gordura) como influenza, herpesvírus, além do novo coronavírus, entre outros.
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O tecido feito com o Amni Virus-Bac Off não serve como pano de limpeza porque ele não retira os vírus das superfícies dos objetos. Mas todo vírus que encostar nele é inativado, evitando o que se chama contaminação cruzada, aquela que ocorre através do contato das pessoas com os objetos, diferentemente da contaminação entre pessoas.
De acordo com a empresa, a eficácia do fio foi comprovada por laboratório independente seguindo protocolos internacionais, definidos nas normas ISO 18184 e AATCC100.
Quanto custa
A Chroma-Líquido já negocia com cinco montadoras o fornecimento dos tecidos. Segundo o CEO da empresa, Luís Gustavo de Crescenzo, não é possível estimar o preço desses produtos porque cada companhia tem sua estratégia de negócios.
De acordo com o vice-presidente da Rhodia, Renato Boaventura, o Amni Virus-Bac Off custa de 20 a 30% mais caro que um fio de poliamida comum. Mas o fio é apenas um dos insumos utilizados no revestimento de um banco, por exemplo.
Antiviral
O agente é um composto químico incorporado à estrutura do fio com capacidade de atrair e inativar os vírus envelopados.
Ação do antiviral
A inativação se dá porque, em contato com o vírus, o agente antiviral rompe a camada lipídica (gordura) que o envolve, deixando seu material genético exposto, perdendo assim a sua capacidade de contaminação.
Atração fatal
A atração ocorre por afinidade eletrônica. Enquanto as regiões de proteínas da parte externa do vírus possuem cargas negativas, o antiviral tem cargas positivas (cargas opostas se atraem). Assim, o vírus é impedido de ancorar na célula humana, e não se replica.
Vida útil
O fato de o agente antiviral ser incorporado à estrutura (matriz polimérica) do fio faz com que a sua ação tenha efeito permanente e não se perca por atrito ou lavagem do tecido, que terá a mesma vida útil da peça confeccionada.
Fonte: Quatro Rodas/
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